domingo, 3 de janeiro de 2021

Top Ten 2020 — Norma Braga

2020 foi um ano em que eu gostaria de ter lido mais, definitivamente. Mesmo assim, consegui listar os dez livros que mais me marcaram. Tem de tudo, como sempre: teologia, literatura, biografia... Nothomb dessa vez não entrou, pois seu Voyage d'Hiver, apesar de divertido para uma viagem de avião, decepcionou bastante, comparado aos anteriores. Em compensação, não faltaram mulheres autoras na lista. Vamos lá!

A alma da festa, Alexandre Soares Silva

Leio o Lord ASS desde seu blog, duas décadas atrás (estamos velhos, pois!). Obtive em parte o que esperava: personagens curiosos em uma história leve e divertida. Só que, à medida que progride, parece ter saído da cabeça de alguém numa trip bem doidona — o que torna tudo mais interessante. Não leia se você gosta de literatura realista; leia se você quer rir com algo diferente do que está disponível pra nós no Brasil.

O jardim secreto, Frances Hodgson Burnett

Esse clássico infantil de 1911 me enlevou completamente até mais ou menos um terço do livro, quando uma teologia estranha pareceu transpirar das páginas até o final. Mesmo assim, mereceu figurar aqui.

A menina da foto, Kim Phuc Phan Thi

Eu sempre quis saber o que havia acontecido com aquela menina fotografada em 1972, sem roupa, correndo em desespero das bombas de napalm durante a guerra do Vietnã. Ela se feriu muito e carregou as marcas daquela química terrível por toda a vida. Mas — surpresa! — converteu-se ao Senhor Jesus e obteve graciosamente um novo olhar sobre todos esses acontecimentos e sobre si mesma. Um livro imperdível.

A montanha mágica, Thomas Mann

Era para eu ter terminado o romance em 2019, mas nem sempre tive vontade de acompanhar as desventuras de Hans no sanatório. No final das contas, senti que caiu bem sua conclusão em pleno confinamento devido à pandemia. É a terceira obra que leio de Mann e o admiro mais ainda. Seu talento para nos fazer sentir empatia por qualquer personagem, por mais abominável que seja, é ímpar. (O próprio Hans só me conquistou após as cem primeiras páginas.) Pessoalmente, gostei mais de Os Buddenbrook, mas A montanha mágica é incontornável.

O que Deus diz sobre as mulheres, Kathleen Nielson

Se você resolver ler um livro só na vida sobre esse assunto — visão bíblica sobre a mulher —, escolha esse. Teologicamente redondo, mas nada árido: ao terminar, você tem a sensação de ter passado uma tarde deliciosa na casa da autora, papeando no sofá e aprendendo com essa irmã mais velha, cheia de delicadeza, sabedoria e ternura. (Acredite, a maioria dos livros cristãos sobre mulheres escritos por mulheres não é assim — o que devemos lamentar.)

Sócrates e Jesus, Peter Kreeft

Livreto divertido que introduz o leitor a um tipo de apologética que eu gostaria de ver mais em ambiente evangélico. Sócrates vira um aluno de universidade americana contemporânea e desafia as bases da teologia liberal. Outro imperdível.

Amor e respeito, Emerson Eggerichs

Eu e André passamos muitas horas na cozinha com esse livro, eu arrumando as coisas, ele lendo em voz alta. Quando inicia, Eggerichs parece mais um daqueles autores de autoajuda com um leve verniz bíblico, mas essa impressão logo se desvanece e nos deparamos em todo o livro com uma sabedoria prática que nos abençoou de verdade.

David Copperfield, Charles Dickens

O primeiro Dickens a gente nunca esquece... Fiquei viciada nesse livro, li em poucos dias. Alguém disse que os personagens de Dickens são esquemáticos e caricaturais, mas, se é assim, no caso desse romance a boa caricatura ressaltou aspectos humanos maravilhosos e terríveis, com um impacto muito real. Cheguei à conclusão de que nada me comove mais que histórias tristes de criança (mas não se preocupe, essa é só a parte inicial).

John Lennon, a vida, Philip Norman

Eu já tinha lido a biografia de Paul McCartney pelo mesmo autor. Sensacional, novamente. E tem o bônus de cavar mais fundo na história do pai de John, Fred Lennon, para revelar que a parente que ficou com John após o divórcio de seus pais, a tia Mimi, inventou a história do abandono para manter o menino consigo, cortando todos os laços com a família paterna. Fred só conseguiu rever o filho décadas depois e lutou muito para que a verdadeira história fosse contada. Esse jornalista conseguiu cumprir essa bela reabilitação.

Cem cães que mudaram a civilização, Sam Stall 

Lemos os Cem gatos, e agora, os Cem cães, naquele mesmo esquema da cozinha. Histórias de dedicação e fidelidade caninas, muitas delas bastante pitorescas, como a do cão que virou sargento.

Percebo agora que esse Top Ten teve essa característica: dos dez livros, três eram leves e engraçados. Foi bom, pois precisei de bastante humor e leveza para enfrentar o ano. :-) 

sábado, 2 de janeiro de 2021

Top ten 2020 - André Venâncio

Atenção para as minhas melhores leituras de 2020. Três delas foram escritas por pastores-amigos-mestres. Quatro foram indicações, presentes ou empréstimos de pessoas queridas. Como sempre, apresento os livros na ordem em que os li. Não vou colocar as referências devidamente porque daria muito trabalho, visto que não tenho todos os livros em casa, e os que tenho podem se mostrar difíceis de achar pelos efeitos colaterais da minha recente mudança de residência. Quem tiver interesse pode pesquisar no Google. Deveria ser desnecessário, mas infelizmente não é, acrescentar que não necessariamente concordo com tudo o que os livros citados abaixo transmitem. Vamos ao que interessa.

1. As agridoces cadeias da graça, de Wadislau Martins Gomes. Comentário altamente pastoral e literário de Filemom, com profunda relevância para as situações e pecados que eu enfrentava na época e influência sobre algumas decisões que tomei então e desde então.

2. Analisando a crítica marxista: de Prometeu a Proteus, de Davi Charles Gomes. Emprestado pela amiga e ex-ovelha Mariane. Excelente análise teorreferente do marxismo e do problema do auto-engano. Há tesouros nos detalhes.

3. O islão e o Ocidente: uma harmonia dissonante de civilizações, de Christopher J. Walker. Fortemente enviesado de várias maneiras, mas uma exposição rica e útil da história das visões ocidentais sobre o islã, sobretudo no contexto britânico.

4. Amor e respeito, de Emerson Eggerichs. Obra de grande relevância pastoral para casais, imbuída de experiência, sensibilidade, sabedoria bíblica e humor. Talvez a melhor coisa que já li nessa área.

5. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica, de Eric Dardel. Indicado por outra amiga e ex-ovelha, Richerlida. Brilhante reflexão teórico-filosófica sobre a geografia de uma perspectiva fenomenológica e com fortes traços de existencialismo. Há boatos não confirmados, mas plausíveis, de que o autor era cristão. A leitura também vale pela beleza textual, muito rara em teorizações de qualquer tipo.

6. O comentário de Mateus, de D. A. Carson. De um dos melhores exegetas vivos, é um comentário de elevada competência acadêmica, qualidade apologética e relevância para a vida cristã, além de uma aula magistral de hermenêutica bíblica ministrada pelo exemplo.

7. Tomás de Aquino: um perfil histórico-filosófico, de Pasquale Porro. Emprestado pelo amigo Aluizio. Excelente apresentação da "filosofia" desse grande pensador, com contribuições substanciais aos debates sobre a interpretação de seu legado e ao entendimento de seu contexto pessoal, cultural e intelectual.

8. Uma era secular, de Charles Taylor. Uma análise profunda, densa e altamente pertinente das mutações culturais por que passou a mentalidade ocidental da baixa Idade Média até o presente sobre a religião e seus muitos desdobramentos. Apesar de todas as críticas justas que lhe possam ser feitas, já se tornou um clássico de influência mais que merecida e superou minhas elevadas expectativas iniciais.

9. Futebol é bom para cristão: vestindo a camisa em honra a Deus, de Emilio Garofalo Neto. Um dos melhores livros de cosmovisão cristã que já li. Texto belo como tudo o que o autor escreve. Leitura leve e agradável, mas instrutiva, repleta de conteúdos importantes e com pano para muitas outras mangas. Notoriamente escrita com o coração, com amor contagiante pelo Criador e pelos temas tratados.

10. Jerusalem: a novel [Jerusalém: uma novela], de Alan Moore. Em três volumes (dos quais, na verdade, só os dois últimos foram lidos em 2020): The Boroughs, Mansoul e Vernall's Inquest. Presente do amigo Aluizio, creio que no meu aniversário de 2018. Ficção fantasiosa difícil de descrever em poucas palavras, síntese de ampla variedade de formas literárias com impressionante criatividade. Espécie de imagem do mundo moderno e da própria humanidade em sua glória e ruína, representada em microcosmo, com amor implícito e sofrido, pelo bairro de Northampton onde o autor residiu a vida toda.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Top Ten 2019 - Norma Braga

Como expliquei em uma retrospectiva pessoal no meu site Teologia & Beleza, 2019 foi o ano em que defendi o mestrado em Teologia Filosófica no Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper e também em que completei duas formações em consultoria de imagem. Assim, além de conter cinco obras teológicas, a lista traz três livros de uma consultora de imagem, na verdade a responsável por minha segunda formação, com quem hoje tenho uma gostosa amizade virtual: Érica Minchin. São dela (todos em formato Kindle):

Liberte seu estilo: como o autoconhecimento pode transformar o seu armário
15 passos para desentulhar o seu armário
Manual da consultora de imagem: tudo que eu queria ter ouvido antes de começar nesta profissão

Érica escreve muito bem e se mostra genuinamente preocupada com o leitor. Seus insights são não só de uma profissional experiente, mas também de alguém que de fato pensa a área, recorrendo a outros terrenos para enriquecê-la. Recomendo bastante os dois primeiros para quem quer uma ajuda — bem mais barata que uma consultoria — para mudar o guarda-roupa, e o terceiro, claro, para qualquer consultora, antiga ou novata. Suas obras não têm base na cosmovisão cristã, mas seu olhar é respeitoso para as diferenças, inclusive religiosas.

Que mais merece estar na lista? Algumas obras teológicas:

Redenção nos campos do Senhor, do nosso amigo Emilio Garofalo, é um comentário sobre o livro de Rute que foi escrito com o coração. Lemos juntos, eu e André. Para quem é apaixonado pela história de Rute e Boaz, como eu, não pode passar desta para a outra sem ler... hahaha (Jonas Madureira feelings).

15 Things Seminary couldn't teach me [15 Coisas que o seminário não me ensinou], vários autores, a sair pela Vida Nova (veja aqui a lista de lançamentos para 2020). Revisei esse livro deleitando-me com as experiências pessoais de pastores e não-pastores que passaram pelo seminário. Eles deixam claro que não pretendem fazer uma crítica à formação pastoral, mas que há coisas que só se aprendem vivendo. Concordo! Taí o tipo de obra que faz falta em nosso meio: ancorada na boa doutrina, sim, mas com foco existencial.

50 Core Truths of the Christian Faith [50 Verdades centrais da fé cristã], Greg Allison, a sair pela Vida Nova. Um livro bacana que vai "espanar" sua casa teológica e deixar tudo arrumadinho. Não tem novidades para quem estuda há mais tempo, mas realmente organiza a teologia que está na nossa cabeça.

Paul and His Converts [Paulo e seus convertidos], F.F. Bruce, a sair também pela Vida Nova. Se você quer entender melhor a mente do apóstolo, esse livro é o ideal. Bruce conecta as ênfases paulinas e apresenta um panorama coeso dos ensinamentos e das intenções de Paulo em relação a seus convertidos. Outro livro que "arruma" a mente.

Theology in Three Dimensions: A Guide to Triperspectivalism and His Significance [Teologia em rês dimensões: um guia para o triperspectivalismo e sua importância], John Frame. Esse, infelizmente, não está previsto para publicação em português. Mas é o livro para quem quer entender o triperspectivalismo bem explicado. Frame já o utiliza como pressuposto em todos os seus livros, mas aqui temos aquela obra que estava faltando, de explicitação da teoria. Como trainee em trip desde o começo do Jumper, graças às aulas do queridíssimo professor e amigo Davi Charles Gomes, eu me fartei.

Cinderela chinesa: a história secreta de uma filha renegada, Adeline Yen Mah. "Cinderela" diz tudo: a história de uma menina muito infeliz, maltratada por pai e madrasta, desprezada pelos irmãos, mas com final feliz. Espere chorar bastante.

A vida secreta dos animais: observações surpreendentes de um mundo desconhecido, Peter Wohlleben. A cosmovisão do autor é darwiniana, mas, por ser responsável por uma floresta e conviver diariamente com bichos dos mais variados tipos, Wohlleben demonstra uma imensa sensibilidade, que o faz olhar para a vida animal sem o mecanicismo que a ciência ainda lhes devota.

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Top ten 2019 - André Venâncio

1. Uma coletânea de escritos, de João Calvino. Muito bem traduzida por minha esposa e publicada pela editora Vida Nova como parte da série Clássicos da Reforma. Eu naturalmente apreciei mais os textos que ainda não havia lido em outras edições: o Pequeno tratado da santa ceia de nosso Senhor Jesus Cristo, modelo de tratamento responsável e amoroso de um tema então altamente incendiário; o engraçadíssimo e polêmico Tratado das relíquias; as mordazes e também apologéticas Desculpas de João Calvino aos senhores nicodemitas e o piedosamente pastoral Tratado sobre os escândalos.

2. Gênesis no espaço-tempo, de Francis Schaeffer, obra-prima de clareza, lucidez e piedade sobre um tema de vasto alcance apologético. Não consigo explicar a mim mesmo o motivo de não ter lido antes esse clássico.

3. Redenção nos campos do Senhor: as boas novas em Rute, do amigo pastor Emilio Garofalo. Baseado em suas pregações sobre o livro de Rute, foi bênção para mim, para minha esposa e para nossos gatos durante os momentos devocionais deste ano. Fez a Escritura cantar em nossos ouvidos.

4. O socratismo cristão e as origens da metafísica moderna, de Eduardo Prado de Mendonça. A leitura mais difícil do ano foi também uma das mais proveitosas. Explora aspectos e motivos amplamente ignorados da obra de Descartes, bem como seus antecedentes e efeitos na história posterior da filosofia. Fez-me pensar muito sobre as incompreensões da história da filosofia decorrentes da secularização e da especialização excessiva.

5. Despertando, de Oliver Sacks. Publicado em outras edições com o título Tempo de despertar, mesmo título do belíssimo filme que inspirou, dirigido por Penny Marshall estrelado por Robin Williams e Robert de Niro. Os relatos ao mesmo tempo técnicos e profundamente pessoais sobre os sobreviventes da doença do sono e sua reação a certos tratamentos experimentais revelam, tanto ou mais que em outras obras de Sacks, uma compreensão profunda das limitações das abordagens mecanicistas do corpo e de um ideal de medicina que enxerga e acolhe o paciente em sua integralidade.

6. A montanha mágica, de Thomas Mann. A obra mais conhecida (mas, para mim, não a melhor) desse grande escritor teve grande impacto sobre mim enquanto percorri, mais lentamente do que gostaria, suas quase mil páginas. Não consigo dizer mais que isso sem falar demais.

7. O discernimento, de Marko Ivan Rupnik. Em dois pequenos volumes, intitulados Em busca do gosto de Deus e Como permanecer com Cristo, esse teólogo católico esloveno me ensinou muito sobre o discernimento existencial e situacional da vontade de Deus, com indescritível impacto em escolhas que fiz desde então.

8. A máfia dos mendigos: como a caridade aumenta a miséria, do pastor Yago Martins. Além da satisfação pessoal de testemunhar o progresso intelectual e literário de um grande amigo, o livro é um soco no estômago e convida (quase obriga) a uma reflexão mais profunda e à reforma de nossas atitudes morais diante de um tema difícil. Publicado no meio secular, acessível e relevante para um vasto público, mas sem deixar de ser um livro autenticamente cristão.

9. Um experimento em crítica literária, de C. S. Lewis. É muito bom ver o velho mestre falando de sua especialidade acadêmica, com elegância, beleza, contundência, coragem e aqueles adoráveis argumentos longos.

10. Poemas anteriores, de Alberto da Cunha Melo. Belos e pungentes versos do poeta pernambucano, com riqueza existencial e atenção aos detalhes da vida.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Top Ten 2018 - Norma Braga

2018 foi o ano de redação da dissertação (faço mestrado em Teologia e Filosofia no CPAJ, curso presbiteriano semi-presencial no Mackenzie). Com as leituras para o curso já encerradas desde 2017, pude ser mais eclética no ano seguinte: além de teologia, entraram boa literatura, rock brasileiro e até consultoria de imagem.

Os filhos combativos de Machen, John Frame
A mulher que fugiu de Sodoma, José Geraldo Vieira
A divina comédia, Dante Alighieri
As cabeças trocadas, Thomas Mann
Guia politicamente incorreto dos anos 80 pelo rock, Lobão
As coisas da terra, Joe Rigney
Mulher, cristã e bem-sucedida, Carolyn McCulley
Gilead, Marilynne Robinson
O sol é para todos, Harper Lee
Shopping for the real you, Andrea Pflaumer

Em 2019, pretendo continuar estudando consultoria de imagem (meu novo xodó) e aprofundando-me em Frame, Van Til e Dooyeweerd, além de terminar dois livros que eu adoraria ter incluído na lista de 2018: A montanha mágica de Thomas Mann e Notas da xícara maluca de N. D. Wilson. E você?


Top ten 2018 - André Venâncio

Como de costume, as dez melhores leituras do ano, na ordem em que as fiz, com breves comentários e agradecimentos a quem me ajudou a chegar a essas obras.

1. O reacionário: memórias e confissões, de Nelson Rodrigues (Rio de Janeiro: Agir, 2008). Cento e trinta crônicas, muitas delas geniais, para rir e chorar sobre a cultura brasileira.

2. Crer e destruir: os intelectuais na máquina de guerra da SS nazista, de Christian Ingrao (Rio de Janeiro: Zahar, 2015). Presente da Norma. Obra histórica de alto valor acadêmico, mas foi também o livro que me mostrou, mais que qualquer outro, que os nazistas eram seres humanos normais, e que isso é péssimo para todos nós.

3. O olhar da mente, de Oliver Sacks (São Paulo: Companhia das Letras, 2010). Coletânea literariamente magistral do meu neurologista preferido, com relatos e reflexões muito instigantes sobre o funcionamento (e o não-funcionamento) da visão humana.

4. Gilead, de Marilynne Robinson (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005). Recomendado pelos meus amigos Emilio Garofalo Neto, Filipe Schulz e Leonardo Galdino. Ficção protagonizada por um pastor idoso do Meio-Oeste americano, lição pungente sobre a a persistência da graça de Deus na vida dos que o servem.

5. A mente imprudente: os intelectuais na atividade política, de Mark Lilla (Rio de Janeiro: Record, 2017). Presente da Norma. Análise impressionante de seis intelectuais (Heidegger, Schmitt, Benjamin, Foucault, Kojève e Derrida) que o autor respeita e admira, mas critica de modo deveras competente e sensível pela insensatez política.

6. Mundo islâmico, de Ernst J. Grube, quinto volume da série O mundo da arte: enciclopédia das artes plásticas em todos os tempos (Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações, 1979). Com textos de competência acadêmica impecável e abundantemente ilustrada, tem ainda o mérito de não se restringir ao mundo árabe, e contribui para desfazer muitas compreensões equivocadas sobre as artes e civilizações islâmicas.

7. Ocidente sem utopias, de Massimo Cacciari e Paolo Prodi (Veneza: Ayiné, 2017). Recomendado e emprestado pelo amigo Aluizio Neto. Obra de história das ideias, articulada em torno dos conceitos de "utopia" e "profecia", com muitas percepções profundas sobre a relação entre os poderes religioso e político ao longo dos séculos.

8. Notas da xícara maluca, de N. D. Wilson (Brasília: Monergismo, 2017). Presente da editora, através da amiga Ana Paula. Mais que uma apologética literária, é toda uma visão da vida cristã e a coisa mais parecida que já vi com uma imaginação completamente redimida, cuja leitura tornou minha inteligência mais aberta para este mundo de Deus.

9. Comentário literal ao Gênesis, de Agostinho de Hipona, editado com outros comentários do mesmo autor em Comentário ao Gênesis (São Paulo: Paulus, 2005). Recomendado e emprestado pelo amigo Diego Gonçalo. Esse clássico da maturidade do grande bispo me ensinou muito, não apesar da cota normal de esquisitices patrísticas, mas por causa dela, bem como da distância cultural e científica e, sobretudo, da inteligência do autor, fecundada pela maturidade, pela humildade e pelo amor a Deus.

10. As coisas da terra: estimar a Deus ao desfrutar de suas obras, de Joe Rigney (Brasília: Monergismo, 2017). Presente da editora, através da amiga Ana Paula. O melhor tratamento teológico que já vi sobre os perigos do ascetismo ainda tão presente na cultura evangélica e sobre o papel do mundo criado e da gratidão por ele na vida cristã.

sábado, 7 de julho de 2018

Profecia e divindade

Série de postagens que fiz em 2016 em resposta a um vídeo islâmico.

1. Relações entre as religiões (post 1 ao post 4)
1.1. Judaísmo (post 1)
1.2. Cristianismo (post 1)
1.3. Islamismo (post 2)
1.4. Sobre o vídeo (post 3 e post 4)
1.4.1. O Consolador (post 3)
1.4.2. Confiabilidade da Bíblia (post 3)
1.4.3. Questões legais (post 4)
2. A divindade de Jesus (post 5 ao post 8)
2.1. Hebreus 1 (post 6)
2.2. João 1 (post 6)
2.3. Filipenses 2.5-11 (post 7)
2.4. De volta ao vídeo (post 7)
2.5. Deus como Pai (post 8)
3. Outras questões (post 8)